sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Vampiro Brasileiro

Na escuridão da noite, na obscuridade dos becos eu até imaginaria encontrar um vampiro. Mas não nesse sol de torrar. Não, nunca imaginei.
Mas lá estava ele, numa ruazinha solitária, sem nenhum vestígio de sombra. A princípio, não parecia com as imagens de vampiros que vemos na TV. Parecia mesmo era um conquistador de plantão, escorado na parede, com um sorriso de canto e despindo-me com os olhos.

E eu, pobre moça ingênua -ta, o pobre talvez até cole, no sentido financeiro da coisa, mas ingênua, rá, vai nessa – então eu fui para a ruazinha abandonada. O sorriso dele se alargou, triunfante.
-Oi. – nossa, que voz era aquela? Grave, grossa, cristalizada. UAU!
-Oo-ooi. – sim, agora eu parecia mesmo uma mocinha ingênua.
Ele deu uma risada. Estendeu o braço e pegou a minha mão, beijando-a. Um cavalheiro perdido e pleno século XXI. Cambaleei um pouco para traz.
-Qual seu nome?
Er, qual era mesmo meu nome?
-Luciana. E o seu?
-Denis.
Podia ter um nomezinho melhor, não podia?
Ele deu um sorriso largo. Aqueles olhos não paravam de me olhar, como se quisessem me comer. É, era isso mesmo.
Mas “direta” é meu nome do meio. E eu não estava interessada em joguinhos.
-O que você quer?
-Você.
Oh, direto o moço também.
-Ah.
Então sem nem me perguntar se eu queria – não que já não estivesse escrito na minha cara – ele me levou até um prédio ali perto. Para seu quarto. UAU, sem preliminares.
Eu estanquei na porta e saí correndo, afinal, quem ele pensava que era, eu tinha uma moral a respeitar. Ta, quem eu to querendo enganar. É claro que eu entrei no quarto e nem precisou de convite.
De verdade, eu estava esperando uma boa de uma transa. E naaaaão, eu tive bem mais que isso. E fim.
Não, comigo as coisas não costumam ser tão fáceis. E bem, já tava mais que bom que eu tinha conseguido aquilo.
Ele deu uma risada alta e adivinha? Arregaçou aqueles caninos enormes e partiu pra cima de mim. É, eu esperava a morte.
Quando ele fincou seus dentes em minha pele, eu me preparei para a dor. Mas não. Você não faz idéia de quanto é boa a sensação. Três palavrinhas: vibração, delírio, orgasmo.
É, ele era muito bom naquilo. Pode ter certeza que foi a melhor sensação da minha vida. E quando achei que ele drenaria todo o meu sangue, ele parou e me olhou com aqueles olhos profundos.
Então eu senti uma sede tremenda. Daí fui descobrir que o filho da puta tinha me transformado numa vampira. Decepcionei-me. Eu achava que os vampiros pudessem voar, soltavam raiozinhos pelos olhos e tinha visão de raio-x. Que nada. Daí o Denis veio me dizer que em alguns países existia uma espécie de vampiro que fazia uns lancezinhos emocionantes. Até nisso o Brasil é atrasado.

3 comentários:

Amanda disse...

Ah, eu ri aqui. Muito legal. Texto seu? :B

Camila Cardozo disse...

aaaah, meu sim ^^'
brigada nanis (:

Angel disse...

UAHUAHAUHUAHAU
pobre moça, virou cullen. ahtri huehue